ATA DA SEPTUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 22-8-2012.
Aos vinte e dois dias do
mês de agosto do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal,
Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, José Freitas, Maria
Celeste, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Tarciso Flecha
Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Idenir
Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio
Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulo Marques, Pedro
Ruas, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi
encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 134/12 (Processo nº 1717/12). Do
EXPEDIENTE, constaram: Comunicado do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação do Ministério da Educação, emitido no dia vinte de julho do corrente;
e o Ofício nº 028/12, do senhor Antonio José Gonçalves Henriques, Diretor
Executivo do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Durante a Sessão, deixaram de ser
votadas as Atas da Sexagésima Sétima, Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona,
Septuagésima, Septuagésima Primeira, Septuagésima Segunda e Septuagésima
Terceira Sessões Ordinárias e a Ata Declaratória da Décima Sétima Sessão Extraordinária.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, João
Antonio Dib, Engenheiro Comassetto, Paulinho Rubem Berta, DJ Cassiá e Tarciso
Flecha Negra. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/05
(Processo nº 3243/05), considerando-se mantido o Veto total oposto, por doze
votos SIM, nove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos vereadores
Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Adeli Sell e Toni
Proença, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra
e Toni Proença, votado Não os vereadores Elói Guimarães, João Bosco Vaz, José
Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulo Marques
e Professor Garcia e optado pela Abstenção o vereador Idenir Cecchim. Durante a
apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/05, os
vereadores Mauro Pinheiro e Pedro Ruas cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, ao vereador Engenheiro Comassetto e à vereadora Sofia Cavedon.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 023/12
(processo nº 1114/12). Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos
073 e 074/12 (Processos nos 1997 e 1998/12, respectivamente). Após,
por solicitação do vereador Engenheiro Comassetto, foi efetuada nova
verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Discussão Geral
e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 130/12
(Processo nº 1628/12), por vinte e seis votos SIM, tendo votado os vereadores
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio Bins
Ely, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Professor Garcia, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Às quinze horas e trinta e cinco
minutos, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA
ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Executivo nº 037/12, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores
João Antonio Dib, Elói Guimarães e Engenheiro Comassetto. Durante a
Sessão, os vereadores Engenheiro Comassetto, Waldir Canal e Mauro Pinheiro
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e vinte e
quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada
pelo vereador Nelcir Tessaro, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos vereadores Mauro Zacher, Professor Garcia e João Carlos Nedel
e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, venho à tribuna hoje
para falar um pouco mais sobre a ADIn que nós protocolamos, sob o nº
70050548247, no Tribunal de Justiça, na semana passada, mais especificamente na
última sexta-feira, que trata do pedido de inconstitucionalidade e que já tem
relator definido. Essa lei foi aprovada com os votos contrários deste Vereador
e do Ver. Pedro Ruas. É um Projeto que definiu a reestruturação do DMAE. Eu
avisei que era prejudicial, que era ruim. O Prefeito disse que esse Projeto não
deveria ser encaminhado, porque tinha a contrariedade tanto dele como da
Secretária de Administração, bem como da Subsecretária de Administração e de
tantos outros. Pois bem, nós verificamos, há poucos dias, o que aconteceu lá no
Jardim dos Coqueiros: por três dias toda a comunidade ficou sem água, e ninguém
explicava qualquer coisa, Ver. DJ Cassiá.
É assim que virou o DMAE! Agora você liga para lá,
fala com uma máquina, reclama para a máquina e tem que ouvir resposta da
máquina! Eu quero dizer que isso é o começo do fim do DMAE também!
Vergonhosamente!
Estive no Lami, no domingo, visitando a comunidade,
visitando uma pessoa que tem um minicomércio; ele estava furiosamente
descontrolado, Ver.ª Fernanda, porque há 30 dias havia feito uma solicitação de
ligação de água, e até então não tinha conseguido qualquer explicação de
qualquer coisa. Aí, depois de passar a segunda-feira de manhã envolvido aqui,
eu, que fui Diretor-Geral do DMAE, que conheço as coisas lá, consegui, até o
meio-dia, saber que precisava de uma codificação do pedido, quando então,
depois, iria a ordem para a zonal, para, depois de 10 dias, ser efetuada a
ligação, ou seja: 32 mais 10 dias, seriam mais de 40 dias para uma ligação de
água.
Lembro-me do tempo que fui Diretor, Ver. Tarciso,
quando uma ligação de água era executada em menos de 24 horas. Eu tenho
testemunhas de vários casos em que as pessoas iam até as lojas do DMAE, ou à
Divisão de Instalações, aqui na Rua João Alfredo, ao lado do Simpa, e, quando
era feito o pedido, era passado um comando por rádio. Às vezes, a equipe que
estava na rua, quando estava próxima ao local, já efetuava o serviço. Quando a
pessoa chegava em casa, a ligação de água já estava surpreendentemente
efetuada. Isso tudo está se perdendo. E o pior: não tem para quem reclamar. Por
isso eu avisei aqui que questionaria na Justiça, e é o que estou fazendo
através de uma ADIn, que é nominal, do Partido dos Trabalhadores, porque é a instituição
competente para tanto, pedindo a nulidade dessa Lei, que cria um projeto de
reestruturação do DMAE. Portanto, venho aqui fazer este comunicado, porque isso
é uma atitude do meu Partido contra uma medida equivocada, contra uma medida
que vai produzir o desmonte do DMAE, se continuar em vigor.
A cidade de Porto Alegre muito investiu. Tudo o que
o DMAE tem é graças aos seus funcionários, que são bons funcionários, mas,
fundamentalmente também, aos cidadãos, aos usuários, que pagam tarifas e
sustentam aquele serviço que é modelo.
Portanto, é inaceitável que estas coisas aconteçam:
ficar três dias sem água, Ver. Paulinho, como ficou o Jardim dos Coqueiros, e
nem um caminhão-pipa apareceu lá para fazer um socorro!? As explicações são
dadas pela máquina, e as reclamações têm de ser feitas à máquina. Assim não dá!
Ninguém substitui as pessoas do serviço público! Ninguém substitui a autoridade
pessoal! Por isso sou pela defesa do Estado forte, do Município
profissionalizado, do Município com funcionários que tenham capacidade de
resposta e autoridade para decidir, o que não está acontecendo e o que foi
tirado com essa medida da reestruturação.
Portanto, fica aqui o meu registro de alerta,
porque o que está...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, meus senhores e minhas
senhoras; acho que vou ter que romper as relações diplomáticas que eu mantenho
muito coerentes com S. Exa., Ver. Todeschini, porque eu sou o porta-voz das
reclamações. O Ver. Todeschini foi Diretor-Geral do DMAE, e eu também o fui por
duas vezes.
Quando eu tenho alguma coisa com o DMAE... Eu acho
que deixei um pouco de prestígio lá, apesar de ter sido em 1976 que eu deixei o
DMAE – são 36 anos, mas ainda tenho prestígio lá, ainda sabem quem eu sou.
Imaginem – sendo eu, ex-Diretor – se o Diretor do DMAE não iria me atender ou
se algum assessor não me atenderia. Digo isso imaginando o Dr. Todeschini, que
foi mais recentemente Diretor do DMAE e deve ter algum amigo lá. O Ver.
Todeschini não deve criticar tanto o DMAE da forma como ele critica. Eu, por exemplo,
recebi dele a solicitação de duas ligações e posso dizer que ontem elas devem
ter sido feitas, mas ele reclama! Na televisão fica bonito reclamar,
principalmente no período eleitoral! Na segunda-feira, era ao vivo; hoje, não é
ao vivo, mas o programa vai passar à noite ou amanhã pela manhã, e ele vai
aparecer como o magnânimo defensor da população contra o terrível DMAE! O DMAE
é uma instituição maravilhosa apesar daqueles que por lá passaram durante 16
anos. Eles não conseguiram demolir o DMAE como fizeram com a Secretaria do
Planejamento, mas, de qualquer forma, eu acho que não posso receber mais
reclamações dele, porque eu respondo para ele, mas ele vai à tribuna e critica.
Então, eu acho que isso não fica muito bem. Eu fico numa situação desagradável
de não ser respeitado, porque eu acolho as reclamações, como Líder do Governo,
o que é meu dever, minha obrigação. Eu as acolheria, se não fosse o Líder do
Governo, como ex-Diretor do DMAE, como ele também é ex- Diretor do DMAE, mas é
mais interessante usar a tribuna. Ele faz um fantástico discurso: está tudo
errado no DMAE. Será que ele não soube construir algo sólido que se mantivesse
através do tempo? Eu creio que ele não soube. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente. Colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores...
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Pois é, Ver. João Bosco Vaz, a notícia que saiu
hoje, questionando se realmente estão distribuindo cesta básica, é mais um caso
para o Tribunal Eleitoral corrigir, porque nas Sessões anteriores... Hoje há
duas notícias nos jornais da Cidade referentes ao processo eleitoral, fazendo
questionamentos e encaminhando ao Tribunal Eleitoral. Primeiro, eu vejo que há
um equívoco, Ver. Tarciso, na postura do Tribunal, que só atende quando existem
denúncias.
Procurem os senhores e as senhoras a prestação de
contas do primeiro estágio das campanhas políticas. Chama-me muito a atenção a
propaganda de um candidato, com cor laranja. Ele já pintou mais de 2 mil muros
na cidade de Porto Alegre. Todos nós sabemos que os trabalhadores cobram entre
R$ 50,00 a R$ 100,00 para pintar cada muro desses – só para pintar o muro.
Ainda dizem que se está pagando para os proprietários cederem os muros, e isso
também nós sabemos que é irregular.
Então, só vamos fazer uma conta simples aqui. Se há
mil muros pintados na cidade de Porto Alegre, com o valor de R$ 80,00 a pintura
de cada muro, e este candidato tem em torno de 2 mil muros; vejamos: 2 mil
muros a R$ 80,00 – isso dá R$ 160 mil – só de muros! Aí, na declaração que
aparece – se aparece no TRE – consta zero em gastos na campanha neste primeiro
período. Será que o Tribunal não vê isto? Então, eu creio que esse tema não é
só do meu Partido – do Partido dos Trabalhadores – ou dos Partidos de oposição
aqui. Nesse tema, lutamos, brigamos para que haja uma reforma política, que esses temas sejam tratados numa postura republicana, porque todos os 650
candidatos deveriam ter direitos e deveres iguais, e sabemos que isso não
existe. Se 2 mil muros votassem, alguns candidatos já sairiam com 2 mil votos
antecipados, mas, felizmente, Ver. Krieger, muro não vota!
Além disso, há outros
candidatos – os jornais dizem hoje – distribuindo cesta básica. Será que isso
contribui com a dignidade de se fazer política? Há outros candidatos que, até
pouco tempo, eram Secretários, aí entram as suas equipes comunitárias da
Secretaria de manhã, à tarde entra a máquina colocando uma unha de asfalto, e,
no outro dia, de manhã, entra o candidato colocando placa em todas as casas,
carros e tudo mais que tenha naquela rua ou naquela ruela, sendo na sua grande
maioria irregular. Será que é democrático, republicano, usar a máquina pública
com essa lógica? Isso está nos jornais de hoje.
Então, eu venho aqui,
em nome dos Partidos de oposição, dizer que o Tribunal Eleitoral deveria
investigar, olhar e tratar do tema, inclusive de abuso da máquina pública e
abuso do poder econômico nessas eleições.
Este é um tema que
não podemos deixar passar se quisermos fazer um debate à altura da democracia.
Muito obrigado, um grande abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente é complicado
trabalharmos, Ver. Tarciso, por essas comunidades, muitas vezes ser fiel, ser
parceiro, buscando intermediar. Nunca, jamais, um Vereador pede para si; quando
ele pede, o faz para a comunidade, ele trabalha pela comunidade, em parceira
com a comunidade. Ele forma parceria, Ver. Todeschini, não é para ele!
Eu já tive vários apelidos, de pedinchão, disso e
daquilo, mas eu nunca pedi que botassem um tijolo na minha rua! Eu nunca pedi
nada! Mas, agora, parece que tem uma maneira de a gente conseguir as coisas,
principalmente em véspera de eleição: a gente vai e solicita.
Vereador Comassetto, poucas vezes eu concordei com
V. Exa., mas, desta vez, sou obrigado a dizer que V. Exa. está certo. V. Exa.
não está errado. Há quatro meses, solicitei providências, Ver. Brasinha, na Rua
Wolfran Metzler, em frente à Creche Negrinho do Pastoreio, por onde passam,
diariamente, pela manhã, meio-dia, primeira hora da tarde, e final de tarde,
mais de 150 crianças. Eu fui até à EPTC, mostrei as dificuldades, o Secretário
Cappellari, com a maior boa vontade, mandou que fizessem um projeto para lá.
Foi feito o projeto; a EPTC foi lá, fez todo o emplacamento, pintou faixa de
segurança e tudo o mais. E ficou para a SMOV fazer apenas uma travessia, que
não demanda mais de 150 tijolos, que serve para levantar e diminuir a
velocidade por onde passam seis linhas de ônibus – e por ali passam muitas
crianças. Infelizmente, é o seguinte: isso está no papel, eu tenho a planta, eu
tenho tudo lá, já se passaram mais de quatro meses, e o Secretário Adriano nem
atende ao telefone!
Mas eu quero deixar claro, aqui, que se forem na
Rua Wolfran Metzler...
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini)
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: O Secretário Adriano, da SMOV. Na realidade, eu não sei se é ele ou o
Secretário Cássio – acho que o Secretário Cássio está de licença, não tenho
certeza absoluta disso, se é que ele está de licença mesmo –, mas eu quero
dizer que para fazer esse canteirinho, que vai evitar a morte das crianças lá,
Ver. Tarciso, V. Exa. que luta tanto pelas crianças, está muito complicado. Se
isso demanda alguma outra compensação, alguma outra coisa, sei lá, eu não sei,
me digam o que eu preciso fazer para conseguir isso!
Já o Conjunto Residencial Rubem Berta, Ver.
Tarciso, é composto de pessoas pobres, de assalariados, que pagam o seu IPTU,
mas eu fiquei sabendo – e vou trazer isso a esta tribuna – e foram feitos
quatro quilômetros e meio de asfalto numa vila só ! Ou seja, foram quatro
quilômetros e meio de asfalto numa área que está sub judice, que não poderia estar recebendo esse investimento.
Enquanto isso, eu peço 60 metros de capa asfáltica, e me dizem que não pode,
que não dá! Eu não sei, sabe, Ver. DJ Cassiá ... Eu vou até de madrugada
trabalhando, todos os Srs. Vereadores que estão
aqui sabem do meu trabalho, sabem da minha luta, jamais trabalhei para
prejudicar alguém, sempre trabalhei para botar a população em primeiro lugar –
é ela quem paga o meu salário –; trabalho há 30 anos comunitariamente, é a
primeira vez que recebo um salário para trabalhar, mas tem horas que dá vontade
de ir para casa, tem horas que dá vontade de entregar a rapadura mesmo, como
diz o ditado popular. Porque como é que pode, ao pedir um capeamento asfáltico
de 60 metros para um lugar em que a água está invadindo o apartamento das pessoas,
o DEP fazer a canalização e a SMOV não fazer – 60 metros de capa asfáltica, que
é serviço, não é obra, sendo que são dez ruas aprovadas pelo Orçamento
Participativo, pelo próprio da região, para colocar lá? Parece que agora há uma
obra do Orçamento Participativo que está sendo concretizada. Eu tenho e-mail na
minha mesa de moradores reclamando! Então, eu peço que esse candidato vá lá,
troque, faça o que quiser, mas não deixe aquelas pessoas dentro d’água! Não
faça isso, não faça isso! Que tipo de Vereador ele vai ser quando chegar aqui?
Era isso que eu queria saber.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Carlos Todeschini,
primeiro, a minha formação não é de advogado, aliás, a minha formação é da
vida, continuo fazendo ainda a faculdade da vida, então, não estou aqui para
defender ninguém.
Eu quero dizer, Ver.
Alceu Brasinha, que há um ditado, Ver. Paulinho Rubem Berta, principalmente na
periferia, que diz: “Cadeia foi feita para pobre”. É um ditado, mas isso agora
está me dando medo, sabia? Porque aqueles que têm menos recursos, que têm menos
condições... Ora, acho que os senhores entenderam o que eu quis dizer sobre
aquele ditado popular que diz que “cadeia foi feita para pobre”.
Agora, nós temos uma
situação, Ver. Pedro Ruas, o senhor que é jurista, um bom advogado, em que
algumas Câmaras de Vereadores, inclusive esta aqui – e eu fui da Mesa Diretora
desta Casa –, têm funcionários cedidos para o Tribunal Eleitoral para auxiliar
no trabalho das eleições. E o que eu não consigo entender, Ver. Carlos
Todeschini, é como é que não enxergam isso. Vereadores Paulinho Rubem Berta,
Tarciso Flecha Negra, não tem como não enxergar! A Justiça não é cega, eu sei
que não é, também sei que a Justiça faz a sua parte, mas eu não sei o que está
acontecendo.
Eu quero deixar bem claro para o senhor, para a
senhora, para você, jovem, que está em casa agora me assistindo: desconfie
daqueles que têm uma máquina na rua! Porque o salário do Vereador jamais vai
cobrir a forma como está sendo feita a propaganda e a divulgação de
determinados candidatos. O salário não cobre! Então, para o senhor que está em
casa, para a senhora que está em casa, a única arma que nós temos é o voto.
Analisem bem, preste bem atenção, não caia em promessas! Vereador não tem
dinheiro para fazer obra, Ver. Kevin, quem tem dinheiro é o Prefeito e os
Secretários. Esses sim, esses têm dinheiro, são esses que executam obras;
Vereador não tem dinheiro para fazer obras. Desconfie!
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. DJ
CASSIÁ: Não, Ver. João Bosco, eu estou falando sobre os Vereadores e não sobre
as Secretarias. Eu estou dizendo que Vereador não tem dinheiro para fazer
obras. Não tem dinheiro! Então, eu estou fazendo um alerta ao eleitor: quando
chegarem prometendo que vão fazer e acontecer, desconfie!
E quero concluir, Ver. Paulinho Rubem Berta,
fazendo um apelo àqueles que estão ali para defender os que mais precisam, que
é a nossa Justiça. A nossa Justiça não é cega, só que, até agora, Ver.
Bernardino, não está enxergando a barbaridade que alguns candidatos estão
fazendo. A barbaridade!
Concluo dizendo, Ver. Kevin, que eu não tenho medo,
eu não tenho medo! Não é a propaganda que me põe medo, não é isso, não! Eu não
tenho medo! O que eu quero é que a coisa seja justa. Se a lei vale para mim,
tem que valer para todo o mundo, é o que não está acontecendo neste momento. É
um absurdo! Abram os olhos vocês que são da Justiça. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente; boa-tarde, Vereadores e Vereadoras e todos os
que nos assistem...
(Aparte antirregimental.)
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Uma coisa que eu pinto bastante é o cabelo, e isso eu duvido que o
Ministério Público vá lá me multar! Na época, com o meu querido e já falecido
Airton Pavilhão, a gente brincava com o cabelo. Vamos continuar sem a
brincadeira agora, era só para quebrar o gelo.
Eu não tenho dinheiro para pintar muro, o meu muro
é o pé, é entrar nas vilas, é conversar com os eleitores, conversar com as
pessoas. E falo desde já aqui: eu não prometo nada, porque eu não sou o
Executivo para prometer que vou fazer A ou B. A minha conversa é na rua, quando
eu estou caminhando com o pessoal, é mais em cima do que pode ser feito de coisas
boas para a nossa Porto Alegre. E acredito que os 36 Vereadores aqui são
interessados nessa questão de fazer o melhor para Porto Alegre.
A minha preocupação muito grande não é com os
muros, gente. A minha preocupação muito grande é com as promessas também. No
ano que vem, estará um outro quadro de 36 Vereadores sentado aqui, a gente não
sabe quem, mas muitos estarão aqui. E depois, lá fora, somos cobrados, e somos
cobrados de uma maneira, DJ Cassiá, muito forte. Eu dou razão a esse povo, ao
eleitor que nos cobra depois, porque há promessas que nós, Vereadores, não
podemos cumprir. As promessas têm que ser feitas pelo Executivo porque quem faz
as obras, quem executa é o Executivo. Nós, aqui, quando somos eleitos
Vereadores, é para fazer projetos de lei para que melhore a Cidade, para que
melhore a situação do povo. Esse é o nosso dever como Vereadores. Então, eu
fico muito preocupado com o destino de muitas promessas. A minha preocupação
não é a pintura dos muros, Pedro Ruas; são as promessas que estão sendo feitas
em cima do povo. E muita gente está se iludindo, porque o Vereador não tem esse
poder de executar.
Pintar muro vem desde a Idade da Pedra quando
escreviam na pedra, colocavam imagens nas pedras. Essa pintura de muro eu creio
que jamais terminará, como os cavaletes na rua. Os outdoors acabaram, que beleza! Mas a minha preocupação maior é com
as promessas que não serão cumpridas. Por que não serão cumpridas? Porque os
Vereadores não são o Executivo para cumprir. Então, é muito perigoso, DJ
Cassiá, porque, amanhã, seremos tachados aí fora, na rua, perante a mídia, e
seremos desacreditados. E eles têm razão, porque se promete uma coisa que não
se pode cumprir. Então, vamos devagar com o andor que o santo é de barro. As
pessoas que querem prometer, que querem trabalhar tomem muito cuidado com o que
estão prometendo para este povo, porque, ano que vem, eu estarei como povo;
assim, como o povo, vou cobrar muito dos Poderes, tanto do Executivo como do
Legislativo, para que Porto Alegre fique bonita, para que possamos viver numa
cidade maravilhosa, para que tenhamos paz, e que, principalmente, as nossas
crianças tenham uma educação adequada, uma educação linda para que possam ser
grandes cidadãos, para que amanhã possam estar aqui nesta tribuna onde eu estou
hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 14h49min): Havendo
quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3243/05 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/05, de autoria do Ver. Engenheiro
Comassetto, que inclui inc. VIII no § 3º do art. 3º da Lei Complementar nº 113,
de 21 de dezembro de 1984, e alterações posteriores, isentando do pagamento da
Taxa de Coleta de Lixo clubes de mães, associações comunitárias, creches e
entidades beneficentes que especifica.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do
Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 22-08-12 (quarta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLCL
nº 023/05, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/05, com Veto Total.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e
senhores; neste Veto do Sr. Prefeito Municipal a este Projeto nos surpreendeu
negativamente a sua postura. O Projeto que apresentamos ainda no ano de 2005,
Ver. Elói Guimarães, é um Projeto que propõe auxiliar a política de apoio à
infância e à adolescência na cidade de Porto Alegre, que vem auxiliar uma
política que o próprio Município vem implementando, que é a de realizar
conveniamento com creches e escolas infantis, repassando recursos para ajudar
na subsistência delas. Nós apresentamos o Projeto, e ao longo do tempo foi
realizado um grande debate; apresentou-se uma Emenda de autoria vários
Vereadores que propõe que o Município assuma a isenção da cobrança da taxa de
lixo para as escolas infantis conveniadas. Nós apresentamos aqui, discutimos,
votamos e esta Câmara aprovou. Agora o Prefeito Municipal – por orientação,
creio que não da Secretaria de Educação, porque já conversei a respeito disso com
a Secretária Cleci –, pede que o Projeto seja vetado; ou seja, a mesma mão que
dá, retira. E o Projeto diz que essas creches, essas escolas infantis
conveniadas, que já trabalham com dificuldade, que conseguem se manter com o
valor que corresponde a um terço do que recebem do Município, ainda assim hoje
há um grande número delas que atende a mais de 5 mil crianças na cidade de
Porto Alegre. Esse Projeto nasceu numa discussão lá na Aldeia da Fraternidade,
a Aldeia SOS, lá no bairro Tristeza, que tem o apoio do Fórum das Entidades,
que tem o apoio de todas essas comunidades, algumas aqui presentes: de Belém,
da Vila da Amizade, da Vila Mapa, da Zona Sul da Cidade e da Zona Norte da
Cidade. Então, essas comunidades lutam, assim como o Projeto propõe, que essas
escolas infantis, que essas creches terão direito a receber essa isenção da
taxa de lixo, desde que assumam um programa de educação ambiental para tratar
da reciclagem e da coleta seletiva em cada comunidade, por intermédio das
crianças, dos seus pais, dos familiares ou da rede escolar. Então, eu não posso
ter outra posição, neste momento, a não ser pedir aos colegas Vereadores que
mantenham o mesmo voto de quando aprovamos, por unanimidade, este Projeto,
derrubando o Veto. Não se trata de uma queda de braços, Ver. Kevin Krieger, V.
Exa. que foi autor de uma Emenda, junto com o Ver. Toni Proença, para ajustar o
Projeto que nós fizemos ainda lá no ano de 2005.
Então, venho aqui
dizer que este é um Projeto de grande qualidade para a cidade de Porto Alegre,
que aposta na Educação Infantil, que ajuda as questões da qualificação do
debate ambiental e que precisa ser mantido por esta Câmara. Portanto, peço a
derrubada, sim, do Veto. Um grande abraço...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCL nº 023/05, com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
não é a primeira vez que fazemos este debate, a própria iniciativa do Ver.
Engenheiro Comassetto já é resultado de muitos debates nesta Casa, em outras
discussões. O Vereador sabe quando outras isenções de impostos da Prefeitura
vieram aqui, por várias vezes, houve a tentativa de as estendermos às entidades
conveniadas com a Prefeitura de Porto Alegre. É completamente incongruente que
entidades sociais façam um trabalho de atendimento a crianças e adolescentes em
políticas públicas de responsabilidade do Estado, ente federado, no caso da
Educação Infantil, especificamente no Município, e que para realizar essas
políticas públicas complexas... Vocês imaginem atender crianças de zero a cinco
anos, em turno integral, começando às 7 da manhã e indo até as 17, 18h, 19h,
atendendo desde bebês, com pouquíssimos recursos e recebendo metade do custo
desse atendimento do Governo Municipal – recurso do Governo Municipal! E ainda,
no final do mês, ter que pagar a continha da água para o Governo Municipal; ter
que pagar a continha do lixo para o Governo Municipal; ter que pagar a luz para
o Governo Estadual. Ou seja, as entidades já cumprem um papel constitucional
que é o estado público; elas cumprem, cobrando das famílias – se as famílias
não contribuírem as entidades não sobrevivem; elas cumprem fazendo galetos,
buscando editais, buscando inscrição no Funcriança, e buscando recurso com a
iniciativa privada para fazer o desconto no Imposto de Renda. Então, essas
entidades lutam, mensalmente, para sobreviver e para atender as crianças e adolescentes.
Em Porto Alegre são 209 creches comunitárias que
vivem esse cotidiano: cada vez que uma funcionária é demitida, cada vez que
estraga uma porta, um telhado, uma janela, há um desespero na entidade, que tem
buscar recursos não sabe onde. No ano passado, nós construímos com o Governo a
devolução dos recursos desta Casa para irem para o Funcriança, que os colocou,
em edital público, à disposição das entidades. As entidades estão aproveitando
isso para fechar telhados, para adequar salas, para arrumar banheiros, para
arrumar espaços de brinquedo, pracinha, cerca; fazer uma pintura, porque elas
não têm esse recurso com o repasse mensal da Prefeitura, e realizam um trabalho
muito complexo.
Eu poderia citar os abrigos, como a SPAAN, o Padre
Cacique, que atendem idosos, dos quais 80% são abandonados por suas famílias, e
que estão em situação extremamente complexas – deficiência respiratória,
necessidade de fraldas –, portanto, caras. E como é que fazem com os parcos
recursos públicos, se ainda têm que pagar altas taxas públicas? Então, está nas
mãos do Governo. O Governo veta o Projeto que propõe a isenção da taxa de lixo.
Um Projeto que o Ver. Engenheiro Comassetto encaminhou, que nós endossamos e
apoiamos desde o início, e o debate que fazemos há muitos anos, não só sobre as
taxas de lixo, de água, de luz, etc. Ou seja, o Governo dá com uma mão, tem um
retorno muito maior pela sociedade, e cobra com a outra mão. Não tem lógica
essa política, não é aceitável esse Veto. O Governo Municipal não reconhece as
extremas dificuldades que as entidades que trabalham com a nossa população mais
vulnerável, passam para fazer esse trabalho. Sem elas, o que seria da cidade de
Porto Alegre sem essa rede? Organiza-se no Conselho da Criança e do
Adolescente, organiza-se no Fórum das Entidades, o que seria da vida, Ver.
Kevin Krieger, ex-Secretário da FASC, da população de Porto Alegre sem essa
organização? Portanto, não se justifica esse Veto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLCL nº 023/05, com Veto Total.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadores; todos os que nos
assistem, aos que nos visitam, boa-tarde; eu também venho aqui na mesma direção
da Ver.ª Sofia, do Ver. Comassetto, da ideia originária do Projeto, que é
produzir um benefício com a isenção da taxa de recolhimento de lixo que é
cobrada das entidades. E ela tem lógica e tem fundamento, e tem interesse
público, porque as creches e similares, que têm um orçamento apertadíssimo, têm
que recolher, têm que pagar a taxa de lixo com o recurso que recebem de
subvenção pública. Então, o mesmo recurso que é pago é o recurso que depois é
subvencionado pela Prefeitura Municipal. Portanto, eu vejo sentido e coerência
na medida de se produzir um atalho, uma abreviatura no pagamento desse serviço,
é um serviço público municipal, que tem a cobrança feita pelo DMLU, e que,
depois, retorna através de subvenção da própria Prefeitura. Então, eu não vejo
muito sentido em esse dinheiro ter que circular. E, muitas vezes, as creches
não têm orçamento, não têm dinheiro suficiente, e têm que desembolsar mais essa
quantia. Por isso, Ver. Comassetto, eu venho aqui me manifestar na direção de
que o Veto não seja acatado. É uma medida de apoio, é uma medida de
solidariedade, uma medida de facilitação da vida desse importante e fundamental
serviço para Cidade, às creches conveniadas, que hoje talvez sejam a maioria
que prestam serviços aos pais e mães que precisam trabalhar e que não têm
alternativa para deixar os filhos, a não ser nesses espaços. Então, a minha
opinião é de que, no Orçamento da Prefeitura de R$ 4,8 bilhões, é muito pouco
aquilo que é recolhido através da taxa de lixo das creches conveniadas, mas é
muito para cada creche aqueles R$ 200,00 ou R$ 300,00 por ano, que significaria
menos uma obrigação, menos uma conta que é devida.
Portanto, o nosso apoio à rejeição do Veto, pela
manutenção do Projeto que foi aprovado, em primeiro turno, por unanimidade,
aqui nesta Casa. Obrigado pela atenção de todos e também dos que assistem a
esta Sessão. Uma boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLCL nº 023/05, com Veto Total.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente Mauro Zacher, quero dizer ao Ver. João Bosco Vaz que o meu chapéu,
como eu já disse da outra vez, não é pirata; eu garanto que é autêntico.
Cecchim, V. Exa., que já foi Secretário, é bom verificar os chapéus piratas que
andam por aí. Dito isso, quero tratar desse Projeto do colega Engenheiro
Comassetto, sobre a questão da isenção da taxa de lixo para os clubes de mães,
ação comunitária de creches e entidades beneficentes.
Já foi dito anteriormente aqui, e eu quero repisar
essa questão; na verdade – já falei isso para a Secretária Cleci –, para que,
minimamente, nós possamos fazer com que as creches comunitárias tenham fôlego,
deveríamos aumentar imediatamente, ou pelo menos garantir no orçamento do dia
1º de janeiro, em 15% o repasse para as creches conveniadas. A forma que nós
poderíamos fazer isso seria por essa proposta do meu colega: isentando da taxa
de lixo. Isso já ajudaria pelo menos a aliviar, dar um certo fôlego, porque
provado está que não será nos próximos cinco anos, pelo menos,
independentemente de quem vá assumir a Administração Pública Municipal, que a
Municipalidade vai resolver o déficit de 48% de atendimento às nossas crianças,
ou pelo menos o déficit oficial, que eu desconfio que é maior do que isso. Mas
vamos tomar que a metade da população que deveria
ser atendida em escolas infantis, em creches comunitárias, não está sendo
atendida – talvez seja mais do que isso.
Então, este Projeto
vem exatamente para contribuir com essas instituições tenham um certo fôlego,
se sustentarem. Agora, com o Projeto Brasil Carinhoso, que está
disponibilizando verbas públicas para creches comunitárias, conveniadas com a
Administração Pública Municipal, elas podem ter uma sobrevivência, de fato, se
nós as isentarmos da taxa de lixo.
Nesse sentido, eu
quero me alinhar com o Ver. Engenheiro Comassetto e propor a derrubada do Veto,
em defesa das nossas crianças, dos clubes de mães e das instituições que
prestam inestimáveis serviços à população de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Toni
Proença está com a palavra para discutir o PLCL nº 023/05, com Veto Total.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; em Porto
Alegre, há mais de 20 anos, o serviço de creche, de atendimento a crianças da
periferia de Porto Alegre é majoritariamente feito por convênios entre a
Prefeitura e creches, entidades comunitárias. Esse serviço, se não fosse pelos
convênios, deixaria nas ruas mais de 30 mil, 40 mil crianças; ainda assim,
faltam 16 mil vagas de creches em Porto Alegre. Nós temos que fazer um esforço,
todos: Prefeitura, Câmara de Vereadores, sociedade, para oferecer essas outras
16 mil vagas.
Se as creches
comunitárias recebem através de convênio, Ver. Kevin Krieger, recebem dinheiro
da Prefeitura, dinheiro que não é o bastante para enfrentar as despesas todas
com as crianças: de alimentação, salário dos educadores, obrigações sociais, material
pedagógico, e por aí vai. A gente sabe que o convênio que a Prefeitura faz
através da SMED, com as creches comunitárias, tem um valor insuficiente para
atender as crianças. O que faz este Projeto, e principalmente esta Emenda, é
dar às creches um pouco mais de condições para que possam chegar ao fim do mês,
Ver.ª Sofia Cavedon, com menos esforço, com um pouco mais de tranquilidade, sem
pagar a Taxa de Coleta de Lixo – taxa essa que voltará aos cofres da
Prefeitura, de onde vem o dinheiro que vai pagá-la. Portanto, isentar as
creches da taxa de lixo nada mais é do que fazer parar o “passeio” desse
recurso, que sai da SMED, vai para a creche, através do convênio, e depois
volta para a Prefeitura através da taxa de lixo. Isentar, portanto, a cobrança
dessa taxa das creches comunitárias e das entidades que mantêm creches em
convênio com a Prefeitura é, na verdade, fazer parar o “passeio” e dar um pouco
mais de folga orçamentária para que as entidades possam chegar, com esse
convênio, que é insuficiente por criança, até o fim do mês, e melhorar a qualidade
do atendimento das creches, que foi uma decisão da sociedade de Porto Alegre,
de fazer através de conveniamento da Prefeitura com as creches comunitárias. É
disso que se trata, é isso que a Emenda propõe; ou seja, melhorar um pouco o
nível de arrecadação das creches, diminuindo as suas obrigações. Como é que se
reduzem as obrigações? Através da isenção da Taxa de Coleta de Lixo.
Portanto, sugiro aos meus Pares que derrubemos o
Veto para que o Prefeito tenha tempo de repensar sobre o assunto, de refletir
sobre o assunto e ver que o que nós estamos fazendo é aumentar o recurso mensal
das creches comunitárias, que prestam um inestimável serviço à população
infantil de Porto Alegre, principalmente às mulheres, que precisam deixar os
seus filhos nas creches para poderem trabalhar, para poderem estudar, para
poderem melhorar o rendimento e vida da sua família. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para
discutir o PLCL nº 023/05, com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, volto a este microfone para reforçar essa construção que
a Câmara de Vereadores de Porto Alegre conseguiu fazer neste período de sete
anos, desde que entrou o Projeto nesta Casa, em 2005, até o ano de 2012, quando
este Projeto foi votado. Então, foi feita uma longa construção neste Projeto;
foi debatido no Fórum das Entidades, que pediu a esta Câmara para não votar
porque tinha um conjunto de conversações sendo feita com a Governança Local;
pediu para que pudéssemos analisar dentro da política de apoio à criança e ao
adolescente da Cidade de Porto Alegre; conjugou-se
com a lógica do conveniamento; buscou-se toda a discussão daquelas entidades inadimplentes
ou inscritas num cadastro de irregularidades na Prefeitura por conta da
dificuldade de pagar a taxa de lixo e os impostos, porque essas entidades que
atendem hoje 80, 100, 120, 150 crianças espalhadas em todo o território do Município de Porto Alegre trabalham com muita dificuldade,
com o apoio da própria comunidade e um convênio do Poder Público. Esse convênio
repassa um recurso – quero novamente registrar –, e esse montante é de um terço
do valor gasto pelo Município nas suas escolas infantis e nas suas creches.
Então, se essas entidades ficam inadimplentes, elas não podem mais receber o
recurso do próprio Município. O Município repassa um recurso subsidiado que é
devolvido através de uma taxa, por exemplo, a taxa de lixo. Aqui no debate, com
a Emenda do Ver. Toni Proença, do Ver. Kevin Krieger e de outros colegas,
fizemos um ajuste para não deixar isso ilimitado na cidade de Porto Alegre,
mas, sim, para aquelas entidades que prestam um trabalho de resgate e de
educação infantil e que estejam conveniadas com o Município de Porto Alegre.
O segundo ponto: elas devem ter um programa de
educação ambiental que envolva as crianças e a comunidade escolar para tratar
da questão do lixo, do controle e da postura ambiental dessa comunidade em toda
a cidade de Porto Alegre.
Terceiro: elas têm que assumir esse compromisso
legalmente com o Município de Porto Alegre, pois não é simplesmente uma
negativa de um tributo; pelo contrário, há algumas comunidades, e aqui eu vou
usar novamente o exemplo da Aldeia da Fraternidade, lá no Bairro Tristeza, que
chega a pagar R$ 15 mil por ano de taxa de lixo. Sabem o que é que a Aldeia da
Fraternidade faz em seu trabalho com as crianças? Recicla o lixo, faz
compostagem, produz mudas e as distribui em toda a comunidade. Isso não é uma
contribuição social para a cidade de Porto Alegre? Não temos dúvida nenhuma de
que isso é uma grande contribuição social e educacional para a cidade de Porto
Alegre. Não é o valor para cerca de 200 escolas infantis, que atendem em torno
de 5 mil crianças em toda a cidade de Porto Alegre, que vai quebrar a
Prefeitura.
Então, o Veto do Sr. Prefeito está desconectado com
o momento que vivemos, um momento de inclusão, e não de exclusão. Peço,
novamente, a derrubada do Veto. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCL nº 023/05, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher, eu não quero me repetir, mas eu acho
este tema tão estratégico... Esta semana, acompanhei os diferentes candidatos à
Prefeitura de Porto Alegre no debate promovido pelo Fórum de Educação Infantil
na Faced – Faculdade de Educação –, e o tema central do debate, do desafio aos
candidatos e às candidatas, era a equação do atendimento da Educação Infantil
na cidade de Porto Alegre. Este Projeto obviamente não resolve esse problema,
não é essa a questão, mas ele é parte, ele enseja o debate dessa equação. Eu
gostaria de lembrar a V. Exas. que estamos em período de Fundeb – Fundo
Nacional de Desenvolvimento de Educação Básica. Portanto, a Educação Infantil,
hoje, participa do financiamento da Educação no País. Ela não é uma educação de
segunda classe, ela não é uma assistência social, ela não é um lugar para as
crianças ficarem apenas cuidadas; ela é um espaço de desenvolvimento integral
de educação e de cuidado, prevista no itinerário educativo de todo cidadão
brasileiro.
Até 2016, na faixa etária de 4 até 17 anos será
obrigatório estar na escola. Isso é um grande salto que o Brasil vai dar. Nós
não podemos imaginar qualidade na educação e sucesso escolar se não garantirmos
o atendimento à pré-escola, que vai de quatro a cinco anos, e a totalidade do
atendimento nos seis anos, que é o primeiro ano do Ensino Fundamental, e se não
garantirmos para todas as crianças que não têm como serem atendidas em casa,
com qualidade, estarem em creches, estarem em instituições de Educação
Infantil. Quando falo em creche, é a de zero a três anos, e as instituições de
Educação Infantil, que são as nossas instituições.
Ora, em tempos de Fundeb, nós temos que mudar a
mentalidade. É o Brasil dando a volta, mudando o patamar da educação
brasileira. Nós não podemos continuar tratando atendimento de zero a cinco anos
como algo que se faz em parceria, se for possível, com as comunidades,
arrecadando em rifa para atender de zero a cinco anos. Isso não dá mais! Essa
mudança tem que acontecer na cidade de Porto Alegre, isso tem que acontecer! Os
recursos do Fundeb começam a voltar em função do censo: receber as crianças
atendidas por creche comunitária. Nós temos 209 creches, mas apenas – aqui
estão as conselheiras de Direito – 120, por aí, já colocam no censo porque já
são credenciadas e aprovadas pelo Conselho Municipal de Educação. Significa que
a Prefeitura de Porto Alegre não conseguiu viabilizar, para quase 100 creches,
a regularização dos seus terrenos, os seus projetos arquitetônicos, adequar o
seu plano político-pedagógico, que são critérios mínimos para credenciamento.
A nossa Comissão de Educação, quando eu era
Presidente da Comissão, quando outros Vereadores eram, pautou esse tema desde a
Secretária Marilu. É preciso uma Comissão, uma intersecretaria para acelerar
esse processo, para otimizar, para fazer os projetos para as creches, e não
fazer as creches andarem de porta em porta, como ocorre hoje, resolvendo
problemas básicos para que esses alunos contem para o Fundeb. Então, não se
facilita a inclusão no Fundeb, não se devolvem os recursos que vêm do Fundeb
para as creches, porque o custo aluno/creche é de R$ 3.700,00 e a Prefeitura
não chega aos R$ 2.000,00 de repasse. E mais: veta-se a isenção de taxa de
lixo! Então, é não considerar a Educação Infantil como uma educação básica, uma
educação de primeira qualidade, igual a qualquer outra educação.
Por isso me posiciono aqui contra o Veto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Não há mais quem queira discutir. (Pausa.) Em
votação nominal o PLCL nº 023/05, com Veto Total. (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 12 votos SIM, 09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto Total.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1114/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 023/12, de autoria do Ver. Márcio Bins
Ely, que concede a Comenda
Porto do Sol ao Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Rio Grande do
Sul – Sindimóveis/RS.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM em 06-08-12.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PR nº 023/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 073/12 – (Proc. nº 1997/12 – Mesa Diretora) – requer a
realização de Sessão Solene, no dia 04 de setembro, às 17h, destinada a
assinalar o transcurso da Semana da Pátria.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o Requerimento nº 073/12. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 074/12 – (Proc. nº 1998/12 – Mesa Diretora) – requer seja o
período de Comunicações do dia 27 de agosto destinado a homenagear a trajetória
do Partido Comunista Brasileiro.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o Requerimento nº 074/12. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Solicito a abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pelo Engenheiro Comassetto. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Vinte e quatro Vereadores presentes. Há
quórum.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Eu pedi verificação de quórum justamente porque o
próximo Projeto precisa de 24 votos. Nós temos um acordo aqui nesta Casa de
sempre aprovar; como deu 24, vamos manter a votação. Creio que todos os colegas
vão manter. Obrigado.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1628/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/12, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Moysés Marcelo de Sillos.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços
dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em
22-08-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLL nº 130/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em votação nominal o PLL nº 130/12
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 26 votos SIM.
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 15h35min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA
ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/10 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 1989/12 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 037/12, que
dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2013.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhores e senhoras,
inicia a tramitação, nesta Casa, das Diretrizes Orçamentárias para 2013.
Ouvindo a notícia de que o Prefeito havia entregado à cidade de Porto Alegre, à
Câmara de Vereadores, as Diretrizes Orçamentárias, eu já recebi solicitação do
Sindicato dos Artistas para conhecê-las. Abro o debate recordando a mudança do
perfil orçamentário que aconteceu no último período na cidade de Porto Alegre.
Nós tivemos, digo claramente, uma opção de gestão que criou novas Secretarias,
pequenas novas Secretarias, montadas fundamentalmente com Cargos em Comissão e
sem recursos para investimentos. São elas: Secretaria Especial de
Acessibilidade e Inclusão Social, Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, a
Secretaria Municipal da Juventude, Secretaria Municipal dos Direitos Animais –
são pequenas Secretarias com temáticas importantíssimas, não há dúvida, mas que
poderiam, perfeitamente, serem absorvidas, trabalhadas com muita competência em
comissões, intersecretarias, na minha opinião, porque pela opção de gestão, de
algum lugar deveriam sair os recursos, porque o Orçamento não é elástico. O
resultado dessa mudança de investimentos é que a cidade de Porto Alegre reduziu
brutalmente duas áreas. Eu chamo a atenção para elas: a área do esporte e lazer
e a área da cultura.
A área do esporte e lazer hoje detém 0,38% das
Receitas Líquidas do Município – já foi quase 1%, Ver. Pedro Ruas. A
consequência é visível: 23 entre parques e praças perderam professores que
atuavam nesses espaços – 23 parques e praças desta Cidade, porque não há
reposição de profissionais na Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e
Lazer, não há. Há relatório entregue à Comissão de Educação, Cultura, Esporte e
Juventude desta Casa, por dirigentes de praças e parques, por professores
municipais, e assinado – não literalmente, mas oralmente –, pelo Secretário
Edgar, que se queixa da redução de pessoal, da redução de orçamento. É visível
o abandono da maioria dos espaços físicos – além do ser humano – de esporte e
lazer na cidade de Porto Alegre. A Praça Florida, a praça da Rua São Carlos,
viraram ponto, infelizmente – às escuras, sujas – do tráfico, da
prostituição, pelo abandono da população naqueles lugares. Se não tem um
professor dinamizando oficinas, dinamizando um trabalho, aquele lugar passa a
ser abandonado. Quebram lâmpadas, fica escuro.
Há piscinas, várias piscinas, e o inventário a ser
feito... Nós, Vereadores, com equipe pequena não conseguimos atuar em todas as
áreas, porque, no meu gosto, eu teria visitado todas as áreas, centros
comunitários, porque as piscinas comunitárias estão sem manutenção, sem possibilidade
de a população mais pobre, da periferia, utilizar o único espaço de lazer, de
clube, que eventualmente tem. Então isso está na opção de gestão que modificou
o perfil orçamentário, drenou para aumento de CCs e aumento de Secretarias, que
não têm, pasmem, que não têm – friso – recursos para investir e que poderiam
perfeitamente trabalhar articuladamente entre Secretarias. A Secretaria
Municipal de Esportes, Recreação e Lazer sofre brutalmente. Discute-se,
fala-se... Eu escutava essa semana o Prefeito falando que vai abrir a praça da
Paz, do PAC, ou Praça da Paz na Lomba e na Restinga com dinheiro público
federal, porque diz que investe em esporte e lazer. Esporte e lazer têm que ser
mantido no cotidiano. Não há nesta Cidade um time de vôlei, de futebol. Nós
estávamos assistindo às Olimpíadas, onde está o fomento do esporte em Porto
Alegre? Inexiste! O Município abandonou o que era básico, a cidade de Porto
Alegre não fomenta outro esporte que não seja o futebol de várzea, que está
muito bem, obrigada – é um bom entretenimento para muita gente, mas por conta
dos times e do movimento dos times –, mas nada mais, absolutamente nada mais!
Por outro lado, de outro lugar em que foram
drenados recursos foi da Cultura, que reduziu, do que já foi em Porto Alegre o Orçamento
de 2,7% ou 2,8%, para 0,95% ou 0,96% das Receitas Líquidas. Esse é o Orçamento
da Cultura, que teve seu Orçamento reduzido a um terço do que já foi.
E aí, o Fumproarte, o Fundo de Financiamento do
primeiro CD, de um livro, de uma peça de teatro, que possibilitaria o
financiamento dos nossos grupos, dos nossos artistas, dos nossos trabalhadores,
sofreu, nos últimos anos, uma redução de 25%. E a cidade de Porto Alegre não
tem ainda, neste ano, estamos em agosto, o edital do Fumproarte, que ainda não
saiu. A cidade de Porto Alegre não abriu o edital de financiamento direto do
pequeno, do artista local, do grupo local de teatro, de música, de dança, do
escritor, etc. Foram retirados da Cultura!
Diretrizes orçamentárias: será que são essas que
nós aprovamos? As que criam estruturas-meio e que retiram de áreas
estratégicas, como a Cultura, o Esporte e o Lazer? Essa é a pergunta, e esse é
o debate que eu levanto para a sociedade no início da tramitação das diretrizes
orçamentárias, que gerarão o Orçamento para 2013, para uma nova gestão na
cidade de Porto Alegre. Eu questiono esse Orçamento. E vou levantar um outro
aspecto do Orçamento: o Funcriança – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente. Esse Fundo já recebeu R$ 5 milhões de orçamentos próprios. Um
fundo importantíssimo, e eu falava antes no tema das creches. Por esse Fundo as
entidades apresentam seus projetos. No ano de 2011, a Prefeitura de Porto
Alegre, de recursos orçamentários, depositou apenas R$ 600 mil ou R$ 700 mil. A
Prefeitura de Porto Alegre reduziu brutalmente o seu depósito no Funcriança. O
Funcriança, repito, que já chegou a receber R$ 5 milhões orçamentários
próprios; orçamento dedicado a essas valorosas instituições, mais de 500, que
atuam com o idoso, que atuam com a pessoa com deficiência, com a criança, o
adolescente, o adulto, o idoso com deficiência. É caríssimo esse atendimento,
caríssimo – vide Cerepal, Kinder. E eu poderia citar inúmeras entidades que
atuam nessa área e que recebem muito pouco recurso, como a SPAAN, o Asilo Padre
Cacique, que atuam com idosos. Dali também foram retirados recursos para outras
opções de gestão. Para outras opções! Redução de depósito no Funcriança é outra
constatação da análise do desempenho orçamentário dos últimos anos, pelo menos
dos quatro ou cinco últimos anos.
Faço um resumo aqui: o Governo Municipal drenou do
Esporte e Lazer causando uma depreciação brutal no patrimônio físico, quais
sejam, equipamentos de praças e parques e centros comunitários. Drenou, da
Cultura, milhões, do mesmo jeito, reduzindo na descentralização da Cultura,
que, hoje, é pífia – pífia! –; reduzindo do Fumproarte – tirando dinheiro do
fundo de financiamento da Arte; reduzindo da manutenção dos espaços culturais –
vão ao Renascença para ver se tem um som decente para receber os espetáculos,
se tem uma iluminação decente... Na verdade, todos os nossos teatros têm algum
problema físico de manutenção; e mais, há redução dos eventos, das festas
populares. Foi uma luta, uma briga, todos esses anos, para sair a Semana da
Capoeira para sair a Semana do Hip Hop. Teve que ser feita emenda nesta Casa, esforço dos Vereadores. Porque os Vereadores
tentam remendar as opções de gestão, mas não conseguem, porque todas as emendas
dos Vereadores são cortadas. Portanto, há redução brutal na Cultura, redução
brutal no Esporte e Lazer e redução nos depósitos do Funcriança, financiamento
do trabalho das atividades das entidades comunitárias. São três opões de
gestão, na minha opinião, dramáticas, desastrosas para a cidade de Porto
Alegre. Acho que nessas diretrizes orçamentárias teremos que aprofundar esse
debate e tentar corrigir no debate nesta Casa e nos debates eleitorais que
acontecerão, pois é um debate sério que a Cidade tem que fazer. Porque o gestor
é eleito para representar o debate da Cidade, para discutir com a Cidade as
suas opções de gestão.
Eu quero, então, mapear o que eu pude vislumbrar,
nesses quatro anos, em relação às mudanças de prioridade na cidade de Porto
Alegre. Há, sim, muito mais estrutura-meio, pequenas estruturas de acomodação
de Partidos, de acomodação de grupos, de inclusão de Cargos em Comissão, e
redução nessas pontas importantíssimas.
Por fim, quero fazer um alerta sobre o tema do
lixo. Ontem, foi colocada na rua uma nova licitação – de ontem para hoje ainda
não tive tempo de buscar cópia da licitação – da coleta de lixo na cidade de
Porto Alegre, que deve aumentar em 50% o seu custo. O que eu sei – é a análise
que faço – é que nós retrocedemos, brutalmente, com um modelo completamente
terceirizado. Os Vereadores estão andando na periferia, ou seja, não é só a
fala de uma Vereadora de oposição, todos vemos os focos de lixo proliferando em
toda a Cidade; vemos a incapacidade do Município de superar esse problema,
porque não tem gestão própria; vemos a redução da coleta seletiva – hoje muito
mais carroceiros recolhem o lixo seletivo –; vemos o abandono dos galpões de
reciclagem – não há política para os galpões de reciclagem, a prensa não
funciona mais, não houve modernização. E o pró-labore que os recicladores estão
recebendo é ínfimo. Então, a temática do lixo mereceria mais outros dez
minutos. Mas fica um grande alerta:
houve
retrocesso! Afirmo e reafirmo: os contêineres são uma boa ideia, mas a
utilização de somente um contêiner está estimulando a mistura do lixo seco com
o orgânico. Esta estimulando! É preciso, urgentemente, mudar o modelo, e espero
que isso esteja na licitação. Precisa ter dois contêineres: um para o lixo
orgânico e outro para o lixo seco, educando a Cidade e dando conta do volume de
lixo, pois hoje não se está dando conta disso. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, Ver. Nedel, está marcada
para amanhã, às 10h, a leitura do Relatório da CPI, mas em virtude do volume
grande de material – são mais de 20 mil páginas –, não tenho condições de
apresentá-lo amanhã. Então, eu solicito o prazo de mais uma semana, pois, na
próxima quinta-feira, terei mais condições de apresentar esse Relatório.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ilustre Vereador,
eu gostaria que V. Exa. encaminhasse por escrito essa solicitação para que a
gente consulte os outros membros.
O SR. WALDIR CANAL: O.k. Uso este microfone para tornar público, mas
estarei encaminhando à assessoria.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Perfeitamente,
muito bem encaminhado, Sr. Vereador.
O SR. WALDIR CANAL: Agradeço.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
João Carlos Nedel; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas
senhoras, a oradora que me antecedeu, com o brilhantismo que a caracteriza,
disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias orientará a formatação da Proposta
Orçamentária para o ano que vem. E aí ela disse tudo, porque essa LDO se apoia
no Plano Plurianual que nós votamos por unanimidade. Portanto, nós não vamos
modificar a LDO, porque assim o Governo pretende administrar. Agora, quando
vier o Orçamento, eu acho que é a hora de fazer a discussão. Portanto, eu vou
fazer um apelo para os meus Pares que não emendem de forma desnecessária, de
forma que não tenha viabilidade, mas que apenas autorizem a LDO. Nós já
marcamos uma Reunião na CEFOR, dia 28, terça-feira, ocasião em que estarão
presentes o Sr. Urbano Schimitt, Secretário Municipal de Gestão e
Acompanhamento Estratégicos, e o Sr. Ilmo José Wilges para responderem os
questionamentos dos Vereadores e da população que o desejar. Já foi,
inclusive, divulgado.
Por outro lado, eu insisto que não façam emendas,
porque aqui não cabem muitas emendas. Agora, se alguém quiser emendar, eu já
vou dar uma sugestão: o art. 9º, todos os anos, é emendado. No inc. I, cabe uma
emenda; aí, sim, é o único que é número e que realmente pode – e será, tenho
absoluta convicção – modificado. Não sou eu que vou fazer a emenda, mas nós, da
Comissão de Finanças, vamos analisar com muito cuidado, e dificilmente passarão
emendas que não se vinculem à Lei de Diretrizes Orçamentárias. E, como disse a
Ver.ª Sofia Cavedon, essa Lei vai orientar a formatação da proposta
orçamentária que virá para esta Casa até o mês de outubro. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, como Presidente da CPI, quero falar a respeito do
Requerimento do Ver. Waldir Canal que solicita mais prazo para a leitura do
Relatório. Eu consultei os demais Vereadores-membros da CPI, e concordamos em
adiar para o dia 30 de agosto, às 10h, a leitura do Relatório do Ver. Waldir
Canal. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sr. Presidente, nós vamos receber o encaminhamento
e passamos a V. Exa. para, então, deferir o Requerimento do Relator.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado, Vereador.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; em Pauta
Especial, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ao longo do tempo, por discutir
esta matéria, eu poderia afirmar que, em qualquer parte da República brasileira
– no Congresso Nacional, na Câmara Federal, no Senado – as Diretrizes
Orçamentárias são um formulário com pequenas alterações nas suas disposições.
São grandes comandos que se estabelecem na lei: capítulos, títulos, providências
que vêm se reproduzindo ao longo do tempo, esse é o conteúdo das Diretrizes
Orçamentárias. Evidentemente, a Lei Orgânica terá que se vincular às
disposições do Orçamento, os princípios, enfim, deverão estar vinculados à Lei
de Diretrizes Orçamentárias. Em linhas gerais, vem se reproduzindo, ao longo do
tempo, esse princípio, que é o principio do próprio formulário,
independentemente de matizes de governo, dada a natureza e a competência do
órgão municipal, do Município de Porto Alegre, onde se tratam as questões
estabelecidas na Constituição Federal, que estabelece as competências do
Município para tratar de assuntos, de regra, da saúde, do transporte, do meio
ambiente, da habitação, de questões ligadas ao saneamento, etc. Agora, é bom
aproveitar este momento dentro das Diretrizes Orçamentárias para uma discussão
que me parece não resolvida do ponto de vista da compreensão da população sobre
a questão da Saúde, porque se cobra do Município, Ver. João Antônio Dib, a
questão da saúde, quando a questão da Saúde, questão extremamente importante e
fundamental para as pessoas, é uma questão nacional. A Saúde não é uma questão
municipal; a Saúde é uma questão nacional do ponto de vista das competências.
As competências são atribuídas às três esferas de Poder: a União, os Estados e
os Municípios. O Município, diríamos assim, tem a ponta do sistema de Saúde. Os
antecedentes, e todo o conjunto de medidas no campo hospitalar, no campo de
políticas públicas para a Saúde começam na União, passam pelos Estados e vêm para
o Município. Eu diria que, do ponto de vista da sua formatação, o SUS – Sistema
Único de Saúde – é um sistema estruturalmente bastante bom. Eu já explico! O
SUS é um sistema de políticas públicas de Saúde tripartite, em que participam a
União, os Estados e os Municípios. Acontece que as verbas consignadas à Saúde
são absolutamente insuficientes para fazer frente a esta necessidade
fundamental da vida que é a saúde. A questão da Saúde, basicamente, é uma
questão de recursos. Tem má gerência? Sim, tem má gerência! Não vamos
especificar aqui, ali, acolá; na União, no Estado, ou no Município; tem má
gerência. Tem corrupção? Sim; ali, acolá, etc. Infelizmente, os recursos
consignados à Saúde, que são poucos, ou são mal geridos, ou sofrem um processo,
lamentavelmente, endêmico de corrupção, ou temos a questão fundamental que é a
falta de recursos.
Eu quero dizer aqui e faço público, porque é
preciso que tenhamos sinceridade perante o povo, perante os eleitores. Eu
lamentei quando se revogou, ou não se reeditou, a CPMF, que era um recurso
alocado, Ver. João Carlos Nedel, à Saúde, só que mal administrado. Lembro ainda
da figura notável do Ministro da Saúde, o Dr. Adib Jatene. Um dos maiores
cardiologistas da América, o Dr. Adib Jatene foi, por assim dizer, o criador da
CPMF, e, infelizmente, não se continuou com a CPMF. Passado o tempo, com a
falta de um aporte maior à Saúde, nós estamos vivendo o quadro tenebroso que
vivemos hoje aqui, ali e acolá, em qualquer Município brasileiro, em qualquer
Estado brasileiro, na Nação de modo geral. Agora, quando se discutem as
diretrizes orçamentárias, que é um grande eixo dentre tantos que compõem o
presente projeto legal, a questão da Saúde deve ser discutida para que a
população, mormente agora, quando há um debate face às eleições... Nós vivemos
um momento importante, um momento de democracia, quando o povo será chamado a
escolher, a constituir os integrantes das instituições; esse é um momento
importante para dizer que a Saúde é um problema nacional, que não é um problema
estadual ou municipal. O Município trabalha na ponta através de uma série de
serviços, mas não todos os serviços de que as pessoas têm necessidade
relativamente à Saúde. Então, à Saúde falta o quê? Fundamentalmente, recurso,
dinheiro. Apenas um aspecto que levaria todo o tempo, os 10 minutos, que diz
com uma questão fundamental: eixo, por assim dizer. A questão da Saúde é eixo
na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Teremos outras questões, outros capítulos
aqui para debater, mas vamos nos fixar aqui apenas para dizer que o Município
de Porto Alegre – e vamos à especificidade – aplica mais do que a disposição
constitucional, e é insuficiente! É insuficiente! Estão aí as filas e as
pessoas agendadas para fazer uma intervenção cirúrgica para daqui a um mês,
dois meses, dez meses, mais de ano! Vejam bem a situação da Saúde! Então, é
preciso que se injetem recursos suficientes nessa questão fundamental, que é a
saúde da população. E população sem saúde significa menos trabalho! População
sem saúde é menos imposto para desenvolver o próprio Município e o próprio
Estado. População sem saúde é população que produz menos! Então, a saúde é
fundamental sob qualquer ângulo que se possa examinar, do ponto de vista da
pessoa, do ser humano, da dignidade do ser humano, mas também visto do ponto de
vista econômico, o ser humano é um produtor de riqueza. A riqueza existe na
relação direta do trabalho; é o cidadão, é o operário, é o trabalhador que, na
empresa, claro que o capital é importante, mas é o cidadão, é o operário, é o
trabalhador que produz a riqueza. E para produzir a riqueza é preciso que os
seus braços, a sua inteligência e o seu corpo estejam exatamente gozando de
plena saúde.
Então, vejam, quando se discute aqui esta questão
ligada às Diretrizes Orçamentárias e este verdadeiro eixo, que é a Saúde, aqui
contemplado, temos de pensar nisso para dizer, e volto a referir exatamente
neste momento: a Saúde é uma questão nacional, o Município tem responsabilidade
com a Saúde, sim!
Agora, é uma questão nacional, onde o recurso é um
dos fatores que estamos devendo à Saúde. Os outros fatores, temos de resolver;
a questão ligada à má gestão, a gestores que não
aplicam devidamente os recursos. E aquela questão sempre debatida, endêmica,
lamentavelmente, que é a questão da corrupção.
Portanto, fica aqui,
Presidente, a minha manifestação nessa abordagem da Saúde para dizer que essa é
uma questão nacional e precisa, fundamentalmente, de recursos para salvar vidas
e dar à população aquilo que ela tem direito, posto que ela contribui para o
desenvolvimento do nosso País, do nosso Município e, de resto, do Estado, da
sociedade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, considero, meus colegas Vereadores e Vereadoras, esta discussão uma
das principais para a Cidade: a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e a sua real
aplicação na Cidade. Ela orienta, ou deveria orientar a cidadania para definir
o rumo que a cidade de Porto Alegre seguirá.
Ver. Nelcir Tessaro,
Ver. Tarciso Flecha Negra, a LDO que chegou a esta Casa apresenta uma situação
crítica para Porto Alegre; ela faz uma projeção na Receita, na arrecadação do
Município de Porto Alegre, decrescente. Os números apresentados pelo Governo
Municipal na previsão da arrecadação, até o ano de 2015, é um decréscimo na
Receita, o que significa que Porto Alegre está indo no rumo errado. Significa
que a proposta do Executivo para o desenvolvimento da Cidade, para o
desenvolvimento econômico é uma proposta que tem que ser imediatamente revista.
Neste momento, nós temos a oportunidade de rever os rumos de Porto Alegre, porque além do
decréscimo da Receita, apresentado na lei de Diretrizes Orçamentárias, há uma
segunda questão que é preocupante: hoje, o que diz respeito ao gasto com a
Previdência do Município, já há um déficit de R$ 200 milhões anuais. E a
previsão é de que até o final da década esse déficit seja de um bilhão de
reais. Então, vamos fazer esse raciocínio: se a Receita diminui e a despesa
previdenciária aumenta, significa que a capacidade de investimento de Porto
Alegre está diminuindo. E essa é a análise que nós precisamos fazer da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, porque essa é uma das mais importantes discussões.
Além desses dois fatores, trago aqui um terceiro
fator, que é o desempenho da gestão pública municipal frente aos investimentos
que devem ser feitos na Cidade.
Estava previsto para este ano de 2012, Orçamento
que discutimos e votamos no ano de 2011, um investimento de R$ 817 milhões.
Segundo dados oficiais da Prefeitura, no site,
até o dia 17 de agosto ela tinha executado somente R$ 197 milhões;
aproximadamente 20% do Orçamento previsto foi executado pela gestão do Prefeito
Fortunati até o momento. É essa a discussão. A discussão é Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Ver. João Antonio Dib, o senhor quer discutir para a frente e
não quer analisar o que está acontecendo neste momento sobre a mesma Lei de
Diretrizes Orçamentárias? É óbvio que nós temos que analisar o desempenho,
realizar a projeção. E a projeção do Município aponta para um decréscimo na
arrecadação. É óbvio que se não existe investimento público, isso reflete
também no decréscimo da arrecadação. É esse o debate que a Cidade tem que
fazer: Porto Alegre está perdendo a sua capacidade produtiva, Porto Alegre não
tem feito a tarefa de casa no que diz respeito ao planejamento
urbano, a estruturar a Cidade, já que Porto Alegre não tem reestruturado a sua
capacidade de licenciamento dos Projetos. É inconcebível que um Projeto
qualquer de investimento nesta Cidade, para retirar uma Declaração Municipal,
leve de 6 a 8 meses, isso deveria ser on-line.
Qualquer cidadão do mundo que quisesse consultar sobre um terreno em Porto
Alegre, deveria entrar na Internet, digitar seu endereço, como Rua José do
Patrocínio, número tal, e receberia um mapa dizendo qual atividade – se
comercial, residencial, de lazer, de turismo; se poderia ser construído um
prédio com tantos metros de altura – poderia haver ali, ou seja, a taxa de
ocupação daquele terreno. Sabem quanto tempo se leva em Porto Alegre, na Gestão
Pública Municipal, para aprovar um Projeto? Se andar rápido, leva 2 anos. Quem
vai investir na cidade de Porto Alegre? Em Canoas é
aprovado em 90 dias; em Gravataí é aprovado em 120 dias; em Sapucaia é aprovado
em 45 dias. Então, Porto Alegre está perdendo a sua capacidade
econômica. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que o Prefeito Fortunati enviou
para esta Casa, aponta o declínio na arrecadação. Esse é o fato relevante desse
documento. Discutir Lei de Diretrizes Orçamentárias é discutir o projeto da
Cidade, a orientação da Cidade, o desenvolvimento da Cidade. As pavimentações
comunitárias, que tinham que continuar sendo feitas para a periferia da Cidade,
pararam completamente; obras anunciadas, em 2005 e 2006, como da Estrada Afonso
Lourenço Mariante, como o Beco da Vitória onde as máquinas deram entrada e
saíram, já foi concedido um aditamento e não continuam fazendo obras, por isso
o desempenho ineficaz do investimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias em
vigência neste momento. Dos R$ 817 milhões que nós aprovamos, até o dia 17 de
agosto deste ano, a Prefeitura conseguiu gastar nos investimentos somente R$
197 milhões, em torno de 20%. Então, tem 80% dos recursos que estão
projetados e não estão sendo investidos. Aí é um investimento, e eu pergunto à
população: como é que está a saúde da cidade de Porto Alegre?
Em 2008, o então Prefeito Fogaça, que renunciou, e
com isso o Fortunati assumiu a Prefeitura, disse na campanha que deixaria Porto
Alegre com 250 Equipes de Saúde da Família. Disse isso, e disse para todo
mundo. E ganhou as eleições com isso! Sabem quantas novas Equipes de Saúde ele
fez até agora? Zero! Pergunto: a Saúde está bem? Não, não está bem.
E na Lei de Diretrizes Orçamentárias há recursos
que vieram do Governo Federal para as Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs,
que há três anos estão depositados e não estão sendo aplicados. A UPA da Zona
Sul, três anos; a UPA da Zona Leste, três anos com recurso aplicado; a UPA da
Entrada da Cidade, três anos com o dinheiro depositado – somente a da Zona
Norte está sendo construída.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte?
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, é um prazer debater com o
senhor.
O Sr. João
Antonio Dib: Nobre Ver. Comassetto, V. Exa. me deu mais uma oportunidade. A Saúde vai
mal em Porto Alegre? Não, ela vai mal no Brasil inteiro, porque a Dra. Dilma
não dá os 10% que deveria dar como contribuição para a Saúde no País. E não vou
falar mal do Governo do Estado, porque não pode mesmo colocar os 12%; não tem
como. Então, não falo mal do Governador Tarso. Mas eu gostaria de dizer a V.
Exa. que, se até o dia 17 de março, em números redondos, R$ 200 milhões foram
investidos – e deveriam ser R$ 800 milhões –, hoje, quarta-feira, estão
iniciando obras que, por alguma coisa, foram trancadas, pela própria Câmara, às
vezes, ou pela população, ou pelas empreiteiras que perderam as licitações e
recorreram à Justiça. Mas as obras serão feitas, e não tenha dúvida V. Exa. que
nós não estamos discutindo isso da LDO.
De qualquer forma, V. Exa. coloca muito bem e dá
oportunidade de dizer que hoje, dia 22, estão iniciando obras em Porto Alegre
que chegarão, depois, com o custo próximo dos R$ 800 milhões.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, eu o admiro muito pelo
esforço que faz em defender... O senhor, como engenheiro, sabe que até o dia 17
de agosto, quando nós temos mais quatro meses e meio para terminar o ano,
durante um período eleitoral, se até o momento foi gasto 20% do investimento –
e o senhor ainda me diz que estava aguardando para iniciar as obras 30 dias
antes das eleições –, isso é inconcebível! É inconcebível do ponto de vista que
a população tem que olhar isso, ela tem que observar isso.
Quanto tempo a SMOV ficou sem fazer pavimentação
comunitária e agora ela anuncia que vai fazer isso em 42 vilas! Eu pergunto:
por que isso acontece somente neste momento? Onde estão os investimentos do DEP
ou do DMAE para resolver o problema da água, que está faltando em todas as
regiões da Cidade? Não há manutenção preventiva! É disso que estamos tratando,
de uma gestão que não tem capacidade de executar aquilo que programa, que não
tem condições de fazer aquilo que está projetado! Dos R$ 817 milhões que
estavam previstos para serem investidos na cidade de Porto Alegre, até hoje
somente R$ 197 milhões foram investidos. Ver. Cecchim, desculpe, o senhor é
empresário e sabe que, até o dia 31 de dezembro, se esses recursos não forem
utilizados, eles caducam, e quem perde com isso é Porto Alegre. A projeção até
2015 é de que a receita de arrecadação decresça.
O Sr. Nelcir
Tessaro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para
cumprimentá-lo pela bela exposição que está fazendo. Talvez esse restante não
caduque. O Município diz que vai aplicar em um “aplique e guarda” para aquela
rolagem, dizendo que tem Orçamento para gastar e que nunca gasta.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Eu lembro que os jornais desta Capital do Rio
Grande do Sul anunciaram, em primeira página, que a Prefeitura de Porto Alegre,
no ano passado, Ver. Flecha, teria o Orçamento de R$ 4 bilhões! Esse anúncio
era totalmente falso! Pois R$ 4 bilhões foi o que nós aprovamos; agora, se há
R$ 817 milhões para investir e só se investe R$ 200 milhões, é óbvio que é uma
falsa expectativa para com a cidade de Porto Alegre.
O problema deste debate da Lei de Diretrizes
Orçamentárias é da análise de aprovarmos a evolução da Cidade e a capacidade de
gestão. E aqui os números estão dizendo: até 2015 a Receita decresce, a
capacidade de desempenho da atual gestão, até o momento, foi de 20% este ano, e
o déficit aumenta, até o final da década, de R$ 200 milhões para um R$ 1
bilhão. Esta é a realidade de Porto Alegre apresentada nos números do Prefeito
Fortunati. Um grande abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. NELCIR
TESSARO (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, solicito
verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h24min.)
* * * * *